Jornalista, Raimundo Primeiro. |
Por Raimundo Primeiro
Verdade absoluta, galera cavalina! Não querendo ser cético e/ou pessimista, mas a crise pela qual passa, há anos, o Cavalo de Aço, permanece insolúvel. Sem dúvida, um verdadeiro ‘abacaxi’ que ninguém consegue descascar, ou seja, um problema para o qual ninguém – nem diretores –, apresenta alguma solução.
Diversos obstáculos, com aspectos regueiros, obstruem o ‘terreno’ cavalino, não possibilitando, pelo menos por enquanto, tendo em vista que o time vem jogando pessimamente e alcançando resultados extremamente ruins, perspectivas de reversão do caótico quadro. Acontece justamente o oposto: aumenta ainda mais a crise. Fica difícil, portanto, perpassar os entraves.
Ao longo dos últimos anos, os resultados não são lá muito favoráveis ao time. Surgiram mais pedras no caminho do Imperatriz, fortalecendo ainda mais o emaranhado de problemas vividos pela equipe há anos, mas que agora ganhou dimensões dantescas.
Ínfima a presença da torcida. Número insignificante de torcedores foi ao estádio da municipalidade. Há inúmeros fatores que serviram para sustentar esse comportamento do torcedor, que, em resposta clara e incisiva a Diretoria do mais querido, deixou de ir expressivamente ao Estádio Frei Epifânio assistir, inclusive, as partidas válidas pelo recém-iniciado Campeonato Maranhense de Futebol.
A evidente falta de compromisso dos diretores da equipe, além da reafirmada desatenção da gestão pública municipal (leia-se Prefeitura de Imperatriz) para com os assuntos inerentes ao time profissional (o único, aliás) da principal cidade do Estado, tirando São Luís, a capital, do cenário futebolístico.
O séquito parece acompanhar o Imperatriz em obediência ao Protocolo ou algo semelhante, ou seja, as pessoas que estão no comando do Cavalo de Aço (que nem relinchar consegue mais!), parece que o fazem por dever oficial, por uma cortesia. Só que não estamos falando de uma comitiva seguindo o seu príncipe.
Apesar da pompa do nome, a única representação do município no certame Estadual de Futebol, é uma equipe, portanto – e para tanto – deve ser e ficar sempre coletiva. Pois a união faz a força! A persistir o problema, seremos vítimas de escárnio de colegas aqui mesmo da região tocantina. O tempo de achincalhe aproxima-se velozmente.
É preciso que se faça alguma coisa. Tirar aqueles que estão querendo perenizar-se no poder do mais querido deve ser, a partir de agora, palavra de ordem. Inclusive no plantel. Nada de permanência, já que sabemos que a alternância de poder é salutar, faz com que as coisas aconteçam com mais naturalidade. É preciso experimentar outras ações. Portanto, trocar algumas ‘peças’ do ‘tabuleiro diretivo’ do time é fator preponderante, crucial, aliás.
Pois bem. Vamos à partida do Imperatriz contra o Araioses, quinta-feira (30) à noite, no Frei Epifânio. Uma partida pífia, com atuação idem, apesar da vitória. O placar foi 3 a 1. Tosca, sem dúvida, a performance do Cavalo de Aço frente ao seu adversário, tendo em vista que a torcida ascultava por uma atuação equânime no que diz respeito à relevância da participação do time no Campeonato Maranhense agora em 2014.
A tônica é a seguinte: o Conselho Deliberativo precisa conscientizar-se sobre a importância da simetria entre diretores, técnicos, jogadores e colaboradores. Em síntese: de todos que estejam efetivamente envolvidos na conjuntura estrutural da equipe.
Outra vez, sempre brilhante, a ‘estrela’ Lindoval acalmou a galera, inclusive a que estava em casa ouvindo ao jogo, por meio de transmissões radiofônicas. Fez o primeiro gol do Cavalo de Aço, logo no princípio da partida. O goleiro Ruan não conseguiu defender. Não me aprofundarei na narrativa em relação ao escore da partida, pois a crônica esportiva o fez com a competência que lhe é peculiar.
Uma coisa é certa: o técnico Sandow Feques fez de tudo para fazer a equipe ‘andar’, não ficar inerte; ou seja, os esforços foram vários – e em todos os instantes, pois como enfatizara o jornalista Armando Nogueira, mestre da crônica esportiva brasileira, “o futebol não aprimora os caracteres do homem, mas sim os revela”.
Assim, ratifico a abjeta atuação dos diretores do Cavalo de Aço, torcendo, na condição de um verdadeiro torcedor, por mudanças urgentes. Entre a crônica esportiva há comentários sobre a reafirmada posição do prefeito Sebastião Madeira em relação ao item apoio ao time do Imperatriz. Enquanto permanecer inalterada a questão, com as mesmas figuras, o gestor não demonstra interesse no sentido de carrear recursos para o mais querido.
A torcida, durante a partida contra o Araioses, ganiu, corroborando com a máxima de que é preciso ser feito algo. Houve vaias no final do primeiro tempo. Encerrada a partida, o técnico Sandow Feques desabou: se não houver apoio, ele tende a sair da equipe.
Então, o que fazer? Será necessária a interferência dos deuses do futebol?
Uma coisa é certa: O Cavalo de Aço não pode mais ficar a mercê dos acontecimentos. Trata-se da equipe da segunda maior cidade do Maranhão. Enquanto isso, a torcida chora espera com expectativas. Quer melhorias no time.
Não obstante a voz rouca que vem da torcida, a Diretoria permanece inexorável. É preciso sorver o espírito de mudanças. Ou será preciso um choro copioso de todos que amam o futebol imperatrizense. Poesia é arte, encanta!
Finalizo com mais uma pérola do mestre Armando Nogueira: “Não há nada mais lúdico e ao mesmo tempo poético” do que o futebol. Não deve haver síncope entre o corpo diretivo do Cavalo de Aço.
Obviamente, um forte elo entre a Diretoria e o elenco, além do apoio das iniciativas pública e privada, é que levará o Imperatriz a um futuro melhor. E com os resultados que todos aspiramos. Queremos ver. E até hoje continua utópico, inalcançável.
(rprimeiroitz@gmail.com)