sábado, 6 de abril de 2013

Jornalismo, sim, senhor!


Por Raimundo Primeiro

Imperatriz - Escolhi o jornalismo por diversos motivos. Primeiro, obviamente, por gostar de escrever (ao longo dos anos, vejo sendo confirmada tal vocação), mas, e, principalmente, poder relatar coisas pertinentes ao meu mundo, a minha cidade, ao meu Estado, enfim, aos meus conterrâneos. 

O segundo motivo, creio, tem ligação efetiva com o primeiro: por gostar de ler, de aventurar-me, e, sobretudo, correr atrás dos fatos que marcam o nosso dia-a-dia. O ofício de informar é, não tenha dúvida, tarefa um tanto quanto espinhosa.

Mas extremamente compensadora, por vários aspectos. Um deles, por exemplo, é fazer parte do processo de transformação da sociedade na qual estamos inseridos, sendo uma espécie de eco da voz rouca que vem das ruas. Levando os reclames da população até aos canais competentes.

Concordo com Cláudia Lessa, ex-repórter da Rede Globo, que escrever é um ato de conexão com o universo. Claro, que não chega a ser algo que envolva uma atividade de psicografia permanente, mas que é preciso ter uma inspiração – e sabe-se lá de onde vem ela – ah, isso é preciso. 

“Para se chegar a um texto em letras pretas contra a tela branca do computador, é obrigatório um momento de introspecção. Essa introspecção com algo maior. Não adianta me perguntar o que quero dizer com tudo isso, mas sei que é assim que funciona”.

Tal qual o solitário em busca do algo há anos esperado, ando, percorro os mais diferentes lugares a cata de uma explicação para os sentimentos, que, sempre, tomam conta de mim, invadem a alma do ser que cresceu vocacionado a difundir os acontecimentos da terra em que vive. Para chegar ao lugar que sempre almejara, o que procurei fazer – naturalmente, por absoluto gosto, sem pressões – foi ler muito, ‘devorando’ verdadeiras ‘montanhas’ de livros, revistas, jornais etc. 

Os mais diversos tipos e estilos, percorrendo as estradas dos quadrinhos, as hoje HQs (nunca esqueci do ‘Zorro’, do ‘Tex’, do ‘Tio Patinhas’, do ‘Pato Donald’, do ‘Zé Carioca’, do ‘Morcego Vermelho’, que é um repórter criado pelo genial Walt Disney, entre outros), até chegar à literatura.

Do regional, gostei do encontro com José Chagas, Josué Montello (in memoriam) e Livaldo Fregona, autores de obras consideradas ‘pérolas’ das literaturas maranhense e imperatrizense. Fregona é paranaense radicado há vários anos em Imperatriz. Já é um filho da terra. Portanto, nosso irmão.

Meu primeiro travesseiro foi um livro de Humberto Campos, faz questão de lembrar, orgulhosa, minha mãe, a baiana dona ‘Dina’. Aqui, ela chegara ainda jovem. Vários foram os encontros com autores que saltaram aos meus olhos como algo que fazia sentido, que era possível entender, pois ficava estupefato ante a naturalidade com que as letrinhas das obras se comunicavam comigo. Cresci exercendo o que mais gosto de fazer (é mesmo uma arretada paixão!): um jornalismo jovem, moderno, dinâmico, ágil, notadamente do ponto de vista da evolução do processo tecnológico da arte de fazer ‘confeccionar’, realmente o jornal que chega até aos lares e comércios das cidades da minha cidade, da minha região e do meu Estado. A prensa de Gutemberg é minha razão de existir profissionalmente falando. Comecei em “O Progresso”. Lá, aprendi muito.

O nosso Estado e a nossa Imperatriz-majestade, que despertou a atenção do frei Manoel Procópio, são ricos em talentos, homens e mulheres, que lutam em prol da consolidação do seu processo de desenvolvimento. E os resultados estão aparecendo, mesmo que paulatinamente. O que aqui acontece, vai além das fronteiras, numa velocidade impressionante, principalmente com o advento da internet. A informação passou a ser instantânea. Uma realidade incontestável. 

Encontros que objetivam a discussão da questão da evolução do jornalismo são imprescindíveis, vitais, até. A categoria tem de trazer à tona fatos que estão em evidência, caso do meio ambiente, por exemplo. Estou satisfeito com o que faço (só não consegui ganhar dinheiro, prosperar do ponto de vista financeiro exercendo jornalismo em plagas tupiniquins, mas não estou arrependido de ter enveredado pela estrada que é uma espécie de elo entre o poder e o povo), profissionalmente. 

O ofício de relatar os fatos, sem medo de incorrer em erros, também preenche o lado humano desse ser cujo espírito permanece em constante sintonia, simbiose até, com o jornalismo das terras daqui, levando para longe, para cantos remotos dos diversos rincões do País – até do exterior – os nossos acontecimentos.

Consegui fazer vários amigos, conhecer personalidades e políticos. As fontes são as mais variadas possíveis. Tenho percorrido as diversificadas nuances do fazer jornalismo. Alguns estão atuando na chamada Grande Imprensa. Profissionalmente, ‘O Progresso’ foi o começo de tudo. Tenho orgulho de escrever para o primeiro diário da minha cidade natal. Os ‘Sérgios’, o Nahuz Godinho e o Henrique, lideram a casa. São os “patrões”, como diria o Lombardi (in memorian) ao Sílvio, durante apresentação do seu programa dominical, no SBT.

Por tudo isso – e muito mais – é que desejo uma excelente semana aos meus colegas de Imprensa de Imperatriz, Açailândia e São Luís (enfim, do Maranhão e do Brasil!)

Que o Dia do Jornalista, comemorado hoje, 7 de abril, seja aproveitado para uma reflexão sobre a relevância da profissão, não esquecendo, principalmente, o aspecto ético e moral. Felicidades, portanto, a todos nós, jornalistas na verdadeira acepção da palavra. Em Imperatriz, o Dia do Jornalista é comemorado em junho. Com certeza, a data não vai passar em branco. Os nossos comerciais, por favor! (Flávio Cavalcanti)

Raimundo Primeiro integra a equipe do Programa ‘Repórter nos Bairros’, veiculado de segunda a sexta-feira, em dois horários, às 12h30min e às 15 horas, pela TV Anajás (Canal 16), retransmissora do sinal da Rede Vida em Imperatriz

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