segunda-feira, 21 de abril de 2014

A barriguda da Praça da Cultura..

João Mauricio Martins.
Por João Mauricio.

Imperatriz - Foi no sábado que a conheci. Durante a feira dos artesões de Imperatriz, numa tarde de novembro, quando saboreava uma tigela de açaí com farinha de tapioca na praça da cultura. Uma brisa suave bateu em meu rosto, levantei a vista e deparei-me com ela, formosa, imponente, acompanhei com meus olhos seu tronco forte, toda a extensão de seu caule, suas folhas balançavam como a me acenar, e ali contemplando aquela bela árvore de algumas dezenas de ano, popularmente chamada na região de sumaúma, que se sobre-sai no meio de mangueiras e palmeiras da Praça da Cultura. 

Descobri o quanto estou distante de minha cidade, é necessário redescobrir minha Imperatriz. Vê com outros olhos, não apenas com a visão do poder, do negócio financeiro, mas de vez em quando parar, buscar com o tempo uma convivência salutar de progresso e arte, criar um espaço para curtir com a família a verdadeira essência da vida (amor, carinho e respeito pelo próximo), vamos valorizar o que temos de bonito, a hospitalidade, a solidariedade, o calor humano de seres racionais e oferecer aos nossos visitantes ou mesmo aos nossos amigos, uma cidade melhor, com qualidade de vida. Valorizar e cuidar bem de nossa cidade é um desafio de todos. Viver em comunidade, é respeitar o direito do outro não esquecendo de nossos deveres e obrigações, é oferecer uma palavra de conforto, de esperança, revitalizando assim a fé, para que tenhamos uma cidade mais linda, de praças com jardins conservados, de ruas limpas, de mentes abertas, de coração puro e principalmente de autoridades competentes. Que zelem e valorizem nossa bela Imperatriz e seu povo.

Estava absorto com meus pensamentos, quando ouvi o som do Chico Brawn e o Mama África, um projeto de musica, que envolve jovens adolescentes e um cara guerreiro, que no sangue carrega o vírus da alegria, da perseverança, pois não desiste nunca. Do seu peito saiu à voz que me contagiou com a melodia do boi bumba, cantando em prosa e versos o desejo de “catirina”, que fala ao seu amado da vontade de comer a língua do boi do seu patrão, para satisfazer a sua gravidez.

O artista e sua arte, cantar e encantar com sua música o coração ávido por emoção, da letra que retrata um retrato vivo da nossa bem recente historia . - A escravidão -. 

Peço-te perdão Imperatriz, queria ser um titã, te amar mais, te valorizar mais, cuidar de ti melhor, afinal me recebeste tão bem, me amas do jeito que sou sem preconceito algum. Sei que não sou teu filho legítimo, me adotaste é verdade. Mas o meu amor por ti é sincero, honesto e verdadeiro. Prometo fazer muito mais, não para me promover, mas sim te agradar, e ficar registrado, que todo o pouco que eu fizer para te ver feliz, é porque te amo Imperatriz.

Tudo isso passou sob a proteção de uma centenária “testemunha”. – A Barrigudeira .– uma árvore gigantesca cujos galhos estendem-se pela praça, sombreando uma grande área. Seu nome científico é “ceiba pentandra”.

Ps: Esta crônica dedico ao amigo Licínio Cortês.

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