quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Homenagem a um craque do jornalismo

Jurivê Macedo.
Imperatriz – Jurivê Macedo - Mestre da crônica jornalística, livro que reúne textos publicados pelo jornalista maranhense, que morreu em maio de 2010, será lançado hoje, às 19 horas, na Academia Imperatrizense de Letras (AIL). A publicação chega aos leitores com apoio do Governo do Estado, por iniciativa da AIL, instituição da qual o jornalista era membro.

Jurivê Macedo dedicou-se ao jornalismo - escrevia uma coluna diária no jornal O Estado - por 40 anos. Por meio de sua pena, assuntos das mais diversas temáticas, em especial os políticos, eram analisados com base no prisma da serenidade, descortinando minúcias que, para a maioria, passaria despercebida não fosse a sagacidade do autor.

Para os confrades da AIL e leitores do jornalista, a obra vem preencher uma lacuna, uma vez que os textos de Macedo estavam restritos às páginas dos periódicos. "O confrade Jurivê sempre deixou seus pares ansiosos por não publicar, em forma de livro, sua extensa e marcante produção literária, toda ela fracionada em centenas de crônicas lidas e comentadas por leitores dos jornais nos quais praticou o melhor jornalismo da Região Tocantina", diz a presidente da AIL, Edna Fonseca dos Santos Ventura, que assina a apresentação do livro.

A seleção dos artigos que compõem a obra ficou sob a responsabilidade do escritor e acadêmico Livaldo Fregona, a quem Jurivê Macedo entregou a guarda de seu vasto acervo textual. O critério de seleção foi a relevância dos textos, capazes de apresentar às gerações a obra peculiar do jornalista. Ele explica, em seu texto sobre a obra, que os artigos reunidos no livro não seguem uma ordem estabelecida. São artigos escritos para jornais e revistas, crônicas, contos, causos, etc. "Eu sempre o considerei um leão andando pela Savana: senhor de si, de sua força, de seu dom", escreve Fregona.

Estilo
Com estilo próprio, Jurivê Macedo cativou leitores na Região Tocantina e em todo o Maranhão lançando mão de refinada ironia e humor, características de sua escrita. Para Sérgio Macedo, secretário de Estado de Comunicação e um dos 12 filhos do casal Jurivê e Leonor Macedo, o pai foi um exemplo não só do bom jornalismo (que o então menino Sérgio viu nascer em sua casa, em 

Porto Franco, na década de 1960), como também de modelo a ser seguido. "Meu pai viveu exatos 80 anos [morreu um dia depois de completar essa idade]; foi-se aos meus 55. Foi vereador e presidente da Câmara e candidato a vice-prefeito de Porto Franco, nos anos 1960; advogado até o fim dos anos 1970 e jornalista o resto da vida. Missões e profissões que raramente se desempenham sem ruídos de relacionamento ou sem criar arestas. Meu pai conseguiu", escreve Sérgio Macedo no prefácio da obra.

O livro traz ainda uma carta de Jurivê destinada a Livaldo Fregona na qual fala sobre sua vida e trajetória pessoal e profissional, já que o confrade da AIL havia pedido ao jornalista dados atualizados sobre sua biografia. Escrita quando o jornalista tinha 77 anos, assim se referiu sobre o futuro: "Espero deixar este mundo com a mesma simplicidade que o enfrentei até hoje, sem ansiedade por bens materiais, sem ódios, e sem invejar ninguém, por nada".

Em quatro décadas de jornalismo, Jurivê Macedo traduziu, por meio de sua escrita, acontecimentos de Imperatriz e região. No começo, escreveu no jornal O Progresso, do qual foi um dos fundadores e editor. Escreveu ainda no Jornal de Imperatriz até dedicar-se à coluna Comentando os Fatos, em O Estado, jornal no qual colaborou até os últimos dias de sua vida. "Jurivê produziu não apenas a interpretação dos fatos do dia a dia da região, do estado e do país; imprimiu, sobretudo, uma maneira ímpar de dizer as coisas da política, da economia, da vida pública e privada das personalidades e do homem comum de seu tempo e de nossa história", salienta Adalberto Franklin, membro da AIL.

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