terça-feira, 4 de outubro de 2016

Campeão no Imperatriz, Valderrama é destaque na página do Flamengo...

Valderrama da Colômbia e Valderrama do Maranhão.
Rio - É só olhar e correr para o abraço. Ou melhor, para o apelido. Aos 22 anos, Diego Silva Costa até foi chamado de Maranhão – referência ao estado onde nasceu – e Biro Biro. Mas bastou um radialista, que nem precisou ser mais atento, soltar no ar para decretar o novo sobrenome do jogador: Diego Valderrama. Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, o jogador tem, como na letra de Roberto e Erasmo – “uma história pra contar de um mundo tão distante”. No início de setembro, o Valderrama maranhense fez um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-AC que garantiu o acesso do Moto Club à Série C. 

O enredo de Diego antes de ser Valderrama é o de milhares de garotos. Nascido em São Luís do Maranhão, disputava “travinhas” com as crianças pelas ruas até ser chamado pelo amigo Genivaldo, já falecido, para entrar numa escolinha. Faz lembrar o autêntico Valderrama, que, na Colômbia, fugia das aulas para jogar peladas no bairro de Pescaíto, o mais tradicional e famoso de Santa Marta, interior da Colômbia. Foi ali que recebeu o apelido de Pibe, palavra comumente usada na Argentina para se referir a um menino. 

Ao disputar um campeonato no Paraná, o Valderrama do Maranhão chamou atenção do União Suzano, de São Paulo. Foi onde tudo começou. - "Fez meu sonho palpitar mais forte. Comecei na rua com a molecada e foi minha primeira chance" - disse Diego, que dali passou por Itapirense-SP, Marília - onde se profissionalizou, Araçatuba, Juventus da Moca, Imperatriz (onde foi campeão estadual em 2015) e Sampaio Corrêa, dono dos seus direitos econômicos até abril de 2017. Valderrama está emprestado para o Moto Clube até novembro. 

A lista de sonhos do jogador, que se define como "segundo volante, jogando também de lateral-direito, boa movimentação, bom passe, calmo para atuar" é comum no meio da bola. São eles:
- "Jogar em time grande". 
- "Poder ajudar minha mãe, somos de origem humilde, moro no bairro da Liberdade, em São Luís do Maranhão, que é pobre, discriminado".
- "Vestir a amarelinha". 
- "Jogar a Champions League, acompanho direto. Já pensou eu lá?"

Durante o dia, é esse o pensamento que habita o imaginário de Diego Valderrama; ao deitar para o sono dos justos, o sonho aporta no Rio de Janeiro. - "Sou Mengão, pô. Sou Flamengo. Sonho com isso (jogar no clube) todo dia. Sonho e vou em busca, um dia vou estar lá" - sentencia.

Mas a realidade ainda é dura e o dinheiro contadinho: - "Para começar está dando, mas estou correndo atrás de algo melhor". 

Valderrama é fã de Ronaldinho Gaúcho, a quem considera "rei dos reis, tá louco, meu". Curte um pagode, mas prefere o colo da namorada Suianne, "de boa". 
Diego Valderrama no Brasileiro da Série D com a camisa do Moto Club.
São dois os principais feitos destacados pelo maranhense na sua ainda curta carreira: 
- Gol na final do Campeonato Maranhense em 2015. Foi dele o terceiro gol que garantiu a vitória do Imperatriz sobre o Sampaio Corrêa por 3 a 1 e, consequentemente, o título. Pouco depois, o Sampaio contrataria seu próprio algoz; 
- Gol que garantiu o acesso do Moto Club, no início de setembro, à Série C. 

Papo-cabeça sem ser bicho-grilo. E esse cabelo, Diego? - "Comecei a deixar a cabeleira crescer no Marília, mas lá ainda me chamavam de Maranhão, alguns de Biro Biro (jogador que marcou época no Corinthians). Quando eu vim para o Imperatriz, os caras da rádio lançaram o Valderrama. Pegou mesmo. Eu curto. Não vi ele jogando, mas depois até sigo na rede social (risos)".

Vaidoso, ele emenda, do Valderrama maranhense para o colombiano: - "Parecemos um pouco, mas sou melhorzinho, né?! (risos). Tenho bastante cuidado com esse cabeleira grande. Não penso em cortar, virou marca registrada. Sou conhecido aqui em São Luís pelo nome e cabelo, perderia identidade. Quem sabe se com esse nome não jogo num time na Colômbia"?! - disse.

Fonte: Globo.com

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