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Candidata, Rosângela Curado. |
Imperatriz - Na nota que encaminhou ao Portal Brasil 247 e aos blogs locais, Rosângela Curado bate de frente com o que revela o relatório que apurou a farra feita por ela com recursos do Ministério da Saúde destinados exclusivamente ao tratamento de glaucoma para moradores de Coelho Neto, Buriti, Duque Bacelar e Afonso Cunha, uma população de apenas 88 mil habitantes, dos quais nem 20% poderiam ter a doença que é característica das pessoas da terceira idade.
Ela diz que a clínica contratada por ela estava credenciada pelo Ministério, mas a auditoria desmente, dizendo que, dos seus sete médicos, só um é oftalmologista e que, portando, não poderia fazer os procedimentos pagos por Curado; que nenhum médico conseguiria produzir no espaço de tempo descrito o volume de tratamentos por ela pago; Rosângela alega que pagou os “serviços” com APACS, Autorização de Pagamento de Alto Custo, fornecidas pelo Ministério da Saúde, mas a auditoria diz que não, afirmando que “na Secretaria de Saúde de Coelho Neto não existiam mecanismos de autorização de APAC para procedimentos de glaucoma”, e que os mais de 190 mil atendimentos foram apenas registrados no Boletim de Procedimento Ambulatorial Individualizado, BPA-I, prontamente “validados pela secretária Rosângela Curado”.
Por último ela diz que sequer foi citada para se defender, e outra vez é desmentida pelo conjunto de documentos que se juntam ao relatório. Um deles é o Cadastro de Notificação, de 25 de janeiro de 2012. Citada, ela pediu mais prazo, foi atendida, tentou justificar-se, mas teve as suas explicações “não acatadas”.
As contas escandalosas de Rosângela Curado
O SUS
jamais registrará nada igual
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Nos
19 dias úteis de abril de 2011 o médico Diego Carolino Marques Vilmar, que não é
oftalmologista, conseguiu faturar, sozinho, R$ 655.853,69, fazendo
procedimentos a um preço médio de R$ 48,00. Para isso ele teria atendido 13.490
pacientes e tratado de 26.980 olhos. Considerando que ele teria
suportado 10 horas ininterruptas por dia atendendo nos ambientes tumultuados
dos mutirões, ele teria dedicado exatos 25 segundos por olho operado ou
examinado, com espaços de menos de um segundo entre um paciente e outro. A
auditoria do SUS disse que isso seria impossível e determinou que Rosângela
Curado devolva esse dinheiro.
O
mesmo Diego Carolino repetiu jornadas extensas e igualmente rentáveis por
onze meses seguidos, de julho de 2010 a junho de 2011, embolsando R$
3.382.792,89 no período, média de R$ 307.526.618,00 por mês, a maior
individual da história do SUS de todos os tempos, sem nenhuma chance de ser
algum dia igualada.
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Operou uma
cidade inteira
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Francisco
Joceane Tavares foi outro
médico do esquema de Rosângela Curado que faturou milhares de vezes acima do
que possibilita a tabela de remuneração do SUS. Em dois meses seguidos
recebeu quantias de meio milhão de reais e fechou o período da “Farra do
Glaucoma” com uma renda individual de R$ 2.588.118,11. Teria operado (ou
tratado) de 57.830 pares de olhos, um contingente de pacientes que supera a
população inteira de uma cidade como a de Barreirinhas que é a 20a. maior do Maranhão.
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Negócio
cresceu acima e 1.890%
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As
faturas mensais pagas por Rosângela Curada para o esquema que que incluía uma
clínica oftalmológica (e que não tinha oftalmologistas contratados) e sete
médicos, cresceram exageradamente entre as primeiras, de janeiro a fevereiro
de 2010, e as últimas emitidas, entre junho e julho de 2011, pouco antes da
auditoria do SUS se instalar em Coelho Neto. Elas foram de R$ 76.368,03 a R$
1.447.951,99, num crescimento acima dos 1.896% em apenas 15 meses.
O
número de tratamentos por mês variaram de 1.900 a mais de 31 mil, feitos, no
máximo, por cinco médicos. Em maio de 2011 eles fizeram 31.321 procedimentos,
62.642 olhos tratados. Os auditores do SUS dizem, categoricamente, que isso
seria humanamente impossível de ser feito.
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