sábado, 14 de maio de 2011

A difícil decisão do prefeito Madeira


Por Marco Franco

Lá vou eu de novo. Ou lá venho eu de novo. O eterno retorno. Mas é que não dá pra jornalista ficar parado vendo os acontecimentos e não dizer nada. Desde o início do ano que não atualizo o Entreatos, num autoexílio que teve diversos motivos, algumas decepções e a dedicação a outros projetos.

Mas a roda viva não deixa ninguém quieto neste mundão interligado por nós e redes. No Twitter, por exemplo, creditou-se a Leonardo Boff o resumo da ópera: “Na última semana beatificamos um papa, casamos um príncipe, fizemos uma cruzada e matamos um mouro. Bem vindos à Idade Média”. Se foi ele quem disse, não sei, mas o resumo é bem feito.

Pelas bandas de cá, estamos na semana em que os professores voltaram às ruas, interditaram a BR 010 e acamparam em frente ao Palácio da Branca. Um prefeito está preso por corrupção e o mais importante secretário da segunda maior cidade do Maranhão foi junto e está na carceragem da PF.

Com o segundo secretário da cúpula tucana enrolado com a PF, o governo Madeira praticamente encerra-se pela metade. De onde o prefeito vai tirar força política para continuar seu mandato? Um erro atrás do outro. Pra se ter idéia de como todos no palácio Renato Moreira ficaram atordoados, no mesmo dia da prisão do secretário, o procurador municipal de Imperatriz, ao lado do ouvidor e do secretário de comunicação soltou essa: “O prefeito Sebastião Madeira tem inteira confiança em seu secretário, haja vista que em razão do cargo que ele ocupa em Imperatriz não pesar nenhuma acusação”.

É o mesmo que dizer que os presos na CCPJ oriundos de outros municípios são de confiança, pois não cometeram nenhum crime aqui em Imperatriz. Mas, vá lá, a declaração foi feita num momento de tensão, tudo bem. O que se espera do prefeito é uma resposta mais rápida e mais eficaz, moralizadora. No primeiro caso de um secretário de seu governo envolvido com os federais o prefeito o exonerou em menos de 48 horas. E agora, porque a demora?

Tudo bem que trata-se ainda de investigação e que o secretário tem ampla possibilidade de defesa, podendo até provar sua inocência. Mas, pelo que acompanho da história da cidade que adotei como minha, jamais um secretário municipal foi preso por corrupção em pleno exercício do mandato. E agora, Madeira?

Exonerar o secretário implica em reconhecer que seu principal colaborador é culpado e assumir que escolheu mal seus assessores. Não exonerar, implica em manter no governo um secretário acusado de corrupção.

Texto: Jornalista Marco Franco.

Um comentário:

  1. Madeiratem rabo preso com Roberto Alencar no caso dos kits sanitários.

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